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Conselhário

May 14, 2009

A idéia surgiu depois da aula de hoje. Discuti na saída com a Carol Petian sobre as disposições e diagramação das matérias no jornal. Mas a idéia não é minha, ela nasceu das reuniões do projeto de extensão universitária que vários alunos de diferentes cursos participam orientados pelo professor Rufino de Filosofia e pelo professor Fábio Augusto Pacano* de Sociologia.
Poderíamos transformar o tempo ocioso de quarta feira na criação de um Conselho Editorial Universitário que analisaria as matérias, discutiria seu conteúdo e disposição e embasaria isso em relatórios (São peças simples de texto argumentativo do porque de cada decisão). As decisões e relatórios seriam então analisados e chancelados pelo docente. Eles poderiam ser passados aos alunos de segundo ano para que dispusessem a diagramação de acordo com as discussões tomadas. E aos alunos de primeiro para uso na disciplina de Crítica de Mídia . Criaria uma interdisciplinaridade entre turmas! Além de provocar um crescente amadurecimento profissional dos alunos logo no início da faculdade.
Criaríamos um suporte de análise, pesquisa e comparação editorial fantástico para ser observado através dos tempos.

O debate está aberto.

FÁBIO AUGUSTO PACANO
POSSUI MESTRADO EM SOCIOLOGIA PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO (1999). ATUALMENTE É PROFESSOR DA ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL BARÃO DE MAUÁ E MEMBRO DO CONSELHO EDITORIAL DA REVISTA DIÁLOGUS (RIBEIRÃO PRETO). TEM EXPERIÊNCIA EM PÓS-GRADUAÇÃO E GRADUAÇÃO NA ÁREA DE HISTÓRIA, TURISMO E DIREITO, COM ÊNFASE NOS SEGUINTES TEMAS: MODERNIDADE, MEMÓRIA, HISTÓRIA, SOCIOLOGIA E ESCRAVIDÃO.

1996 – 1999 MESTRADO EM SOCIOLOGIA.
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO, UNESP, BRASIL.
TÍTULO: PIRACICABA E SEU ENGENHO CENTRAL ÀS PORTAS DO SÉCULO XX., ANO DE OBTENÇÃO: 2000.
ORIENTADOR: MARIA LÚCIA LAMOUNIER.
BOLSISTA DA FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE SÃO PAULO

LINHAS DE PESQUISA
URBANISMOS, SENSIBILIDADES E TECNOLOGIAS
POLÍTICA, BUCANEIRISMO E MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA
CULTURAS, CIDADES E SOCIABILIDADES
re

Oceano…

January 30, 2009

Qual será pior, o entorpecimento pela alienação ou pelo direcionamento? Sim, porque apesar das idiossincrasias (huauhauhauhauha) da juventude (de 16 a 70 anos) eles estão aqui. E reúnem-se ,discutem, debatem, criticam, votam e defendem. Que a máquina partidária, estudantil e associativa banca parte ou todo da viagem é fato. Transformam-se em gado? Grande parte. Mas quando confrontados, levantam a mão, destilam idéias e argumentos, fundamentados ou não. E conseguem, apesar de raras vezes, transpor a direção traçada. Volto a questionar: qual será pior? Participar disso ou o entorpecimento de bares, boates, pseudos-ricos em busca de efêmera felicidade? Fumam maconha? Claro! Serão piores de quem usa álcool, anfetaminas, cocaína e nicotina em suas cidades? Segundo a Organização Mundial da Saúde são os que prejudicam menos a si e aos outros também.

São brasileiros, canadenses, bolivianos, brasileiros, argentinos, uruguaios, brasileiros, italianos, franceses, ingleses, brasileiros… Difusões culturais infinitas. Longe da utopia da perfeição, se adequam a desorganização do evento. Os voluntários (na maioria jovens) sofrem na tentativa de suprir tal carência. Mesmo assim persistem, estão lá. E serão adultos melhores, mais experimentados, vividos. Não enclausurados em shoppings e futilidades, que cultivam a aparência, os adornos e os gracejos de sua hipocrisia. Ganham audiência com piadas vazias amparadas em senso comum.

Um certo mestre ensina que não se pode ver apenas a espuma das ondas. Existe um oceano… Passeata dos Cem Mil. Um grupo de 8 a 10 jovens dança, festeja. Questionados de onde são, declaram: do Movimento Estudantil. De que partido? Fecham a cara, se ofendem. – Do ME (ême é). Não tem essa de partido. Somos apartidários. Discutimos e levamos idéias para os estudantes, para as universidades. – São de humanas? – Prazer, Biologia da UEL.

Ainda há esperança.

Constatação: O Fórum está menos mundial este ano…

Serra manda médico qualificado ir embora do Hospital das Clínicas

November 19, 2008

WWW.PAULOHENRIQUEAMORIM.COM.BR

A dedicação de Serra ao maior hospital público de São Paulo é o mesmo que ele tem pelos policiais civis

A dedicação de Serra ao maior hospital público de São Paulo é o mesmo que ele tem pelos policiais civis

Davi Lacerda, 36 anos, graduado em Medicina pela USP e residência em dermatologia pelo Johns Hopkins Hospital (Baltimore, EUA), é dermatologista em consultório e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

. Leia trecho do artigo que ele escreveu na pág. 3 da Folha, nesta terça feira, dia 18:

O conselho do governador

DAVI DE LACERDA

O pragmatismo do conselho que o governador me deu reflete o descaso do Estado com os médicos da rede pública de saúde

A São Paulo Companhia de Dança realizou no dia 7 deste mês uma magnífica apresentação em comemoração ao seu primeiro ano de existência. Entre as várias autoridades presentes estava José Serra. Ele escreveu a introdução do programa e merece grandes elogios pelas realizações da companhia. O belo espetáculo foi seguido de um coquetel, no qual tive a honra de parabenizar o governador pessoalmente pela alta qualidade técnica alcançada por uma companhia tão jovem.
O breve encontro foi a oportunidade de lhe comunicar um fato que me deixara perplexo, ocorrido no início daquela semana.

Ao me apresentar, contei ao governador que sou médico, que fiz graduação na USP, pesquisas em Harvard, residência em dermatologia no hospital Johns Hopkins (EUA) e especialização em cirurgia dermatológica em Paris. Contei também que há cinco dias fora contratado como médico concursado do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Ele sorriu e me deu parabéns. Ao agradecê-los, muito constrangido, informei-o de meu espanto ao descobrir que o salário-base para o médico do HC era de R$ 414 mensais para uma carga horária de 20 horas semanais.

O governador buscou me consolar dizendo que eu não ganharia só isso.

Respondi que estava ciente das gratificações e que, mesmo assim, meu salário bruto seria de R$ 1.500.
Informei-o ainda de que o custo para manter meu consultório fechado durante as horas em que estarei no HC é o triplo do valor que receberei do Estado.

Àquela altura, quando já não mais sorríamos, pedi sua opinião. O governador me aconselhou a deixar o HC, dizendo que o HC não é um bom negócio para mim.

Clique aqui para ler a íntegra do artigo.

Inconfidências…

September 4, 2008

Inconfidência Barão
a faculdade que todo mundo sente,
mas ninguém vê.

O título pode parecer pretensão, mas não se trata de enxergar mais ou menos que os outros. Mas de escrever sobre isso. E para alguém que deseja alcançar tal profissão, seja de jornalista ou publicitário, é uma obrigação fazê-lo.
Desde o ano passado, a área de Jornalismo passa por mudanças estruturais. Depois de tantas críticas e oposições, o resultado começa a aparecer.
Com a mudança de docente na disciplina de Rádio, em menos de três meses de trabalho sério, um documentário da Barão está entre os escolhidos do Programa do Estudante da Rádio Cultura Brasil AM . Não é pouca coisa, somos os únicos de Ribeirão Preto por lá. E vale lembrar que a seleção é qualitativa. Estamos entre Cásper Líbero, Mackenzie, FAAP, Anhembi-Morumbi… O curioso é que o site da Barão relutou em colocar tal matéria no ar, e quando o fez, manteve por parcos 30 minutos. Passado um final de semana, a matéria aparece novamente com uma “pane” de desculpa. Estranho.
A disciplina de Filosofia é outra unanimidade. Hoje os alunos aprendem… Filosofia! Depois da palestra realizada pelo Diretório, soubemos bem o que é um professor da área. Uma mudança que acabou por contemplar as duas habilitações. O que é bom pra um também pode ser bom para o outro. E quanto mais unidos os alunos forem, melhor para todos. Por mais que tentem manter tal divisão entre nós…
O que não se pode permitir é o silêncio perante incoerências ainda existentes na Unidade. A começar pelo discurso do Reitor da Instituição na posse do novo Diretório. Proferiu um discurso político, vazio e sem eco em nossa realidade. Senão vejamos: cadê a infra-estrutura tão aclamada? Realmente, alguns cursos da área de ciências biológicas são irretocáveis neste quesito. Por aqui, falta muito por fazer.
Só temos aula de fotografia digital pela boa vontade do professor e de alguns alunos que possuem equipamento profissional. E os outros cursos, como fazem? (três anos de requerimentos…). O laboratório de rádio é insuficiente para a demanda da faculdade. Alunos de todos os cursos sofrem com prazos, tempo para o uso e espaço. No caso do estúdio de TV, estaremos fadados ao eterno aluguel de estrutura fora da Unidade? O que era para ser “emergencial” torna-se definitivo. Temerário. O estranho é oferecer 60 vagas no vestibular. O que a Instituição faria se lotassem as salas? Onde alocar os alunos com tanta falta de estrutura? E o pior é que, de gerúndio em gerúndio, as pessoas vão se acostumando e vai parecendo que está indo tudo bem.
A parte que cabe aos alunos é feita. Foi realizada eleição, apesar de tudo. Houve concorrência e debate. Mas a continuidade do trabalho depende do engajamento de todos. Da participação e cobrança ao Diretório para que este nos represente perante a Instituição. De que não se confunda cobrança de direitos com baderna.
Além de discentes somos consumidores, e não me envergonho de cobrar aquilo pelo qual acredito e pago.
Em 2009 teremos visita do MEC. E como bem disse o Reitor, somos todos Barão. Será irreparável para nosso futuro profissional se os cursos forem reprovados. Por enquanto ainda podemos fazer algo a respeito. Só depende da capacidade de trabalharmos juntos para isso.

Marcelo Castro Dias
Alunos do 2º ano de Jornalismo

Hipocrisias à parte

July 5, 2008

Não consigo entender o sentido que envolve certas atitudes. A forma fique bem claro, e não os questionamentos que são feitos. Porque tais argumentações postadas são falácias e desgastadas, sobrevivendo com a apelação do senso comum. É o mais do mesmo de uma (o)posição sem lógica, ou melhor, sem racionalidade pois lógica tem, a da rasteira e da ingenuidade. Vejamos:

O trocadilho de frases tentando atribuir falha ao trabalho do Denis em relação à eleição é covarde. Se ao menos o autor agisse como JORNALISTA e ouvisse as partes envolvidas antes de emitir opinião, saberia que o Denis fora informado que as eleições seriam somente em agosto. Informação esta repassada a todos os interessados que o procuraram. E o coordenador de jornalismo soube de toda reviravolta no mesmo momento que todos nós.

É no mínimo hipócrita afirmar que os atos do grupo de representação foram “em off”. Além do erro de semântica, TODOS os atos praticados foram debatidos em sala com TODOS os alunos do curso de Jornalismo e seus representantes. A indagação postada ainda fora debatida à exaustão quando da eleição para representação de nossa sala este ano. Tema do qual os subscritos concordaram plenamente. Ficar levantando tal questão só para tentar embasar outros argumentos, igualmente vazios, é leviano.

Quanto à formação da chapa, a acusação é ridícula! Como fazer algo escondido se contatamos até a Bruna, namorada do Raul??? Estávamos empenhados em estruturar algo coeso e de qualidade o mais rápido possível. É verdade que, neste caso, foi um grupo “fechado” na composição. Até porque buscavam-se pessoas com caráter e características que passam longe das suas, Rodrigo Henrique. E quanto ao Raul, a própria Bruna falou em reunião que ele não queria se envolver com diretório. Por isso, e pela pressa, que acabou não sendo convidado.

No caso de discutir aluno por aluno, não é retórica. Querendo ou não, os aspectos contidos em cada projeto foi fruto de análise e discussão, dentro e fora de nossa sala e de nosso curso. Só que aprendemos também a jogar o jogo para poder alterá-lo. E tais críticas não sobrevivem a uma lida da carta proposta da chapa vencedora.

Em relação às fraudes citadas, beira o patético responder a isso. Mas vamos lá. Só para demonstrar sua capacidade, ou falta dela, em se perder nos próprios atos vai a pergunta Rodrigo: Como você é capaz de ler um post sobre as fraudes, comentá-lo parabenizando o Benetti e o Leonildo pela vitória e agora vir com tais asneiras? Só para constar sua resposta no post:

“Gostaria de deixar meu abraço especial para o Rodrigo Benetti, presidente da chapa. Espero que suas idéias sejam de grande maturidade e valia, como tem mostrado ser. Sorte, trabalho e respeito a todos vocês. É bom ter o pessoas como Rodrigo e Leonildo representando a nossa sala, a nossa escola.”

Precisa responder mais alguma coisa?

Quanto à sua pergunta Raul, acho que entendo que a frustração com a eleição te impeça de constatar certos avanços. Mas só o fato de que a chapa eleita proporá encurtar seu mandato para organizar eleições decentes, já basta para citar algum. Sendo assim, o exercício pleno e ativo da representação de sala, poderá ser essencial na obtenção de experiência para a montagem de uma chapa de Diretório Acadêmico.

Distorções e maturidades

June 12, 2008

Dia 11 de junho foi memorável. Final de uma eleição que, apesar das distorções persistentes em nossa unidade, demonstra que isso pode mudar um dia.

                O debate entre as chapas foi o maior exemplo disso. Mesmo com a coordenação de publicidade e propaganda contra sua realização. Triste também o comentário da pró-reitora Maria Célia na abertura de que a culpa pela ausência é dos alunos. É de conhecimento e principalmente do julgamento de todos, de como foi organizada a eleição. Sem tempo para campanha, sem transparência adequada e com informações infundadas e desastrosas por parte da mesma para o curso de jornalismo. E ao receber informações de conduta incorreta de uma das chapas, responde dizendo que não temos maturidade para realizar uma eleição. Que falta maturidade é essa? A de querer debater idéias? Promover melhorias nos cursos como flagrantemente houve com o jornalismo? De querer um dos maiores pesquisadores em comunicação social do meu país como professor e coordenador? De não aceitar plágio e falta de qualificação na docência? Falta de maturidade é preterir o melhor corpo docente de jornalismo da região em uma palestra para alunos da rede pública e particular de Ribeirão. Não faço Publicidade (ainda), mas tenho noção de que para vender o meu produto, escolho as opções que melhor agregam valor a ele. E a escolha por um professor dispensado de aulas justamente pela falta de conhecimento e qualificação é lamentável.

                Nossa unidade da Barão começa a se tornar um ambiente universitário de fato. A abertura dada aos alunos começou e não tem volta. Assim se constrói uma verdadeira academia: com a participação dos acadêmicos. E com a prática cada vez maior de nossa liberdade de expressão.

 

Tropa de Elite – Fora a parte da PUC…

May 31, 2008

TROPA DE ELITE É “F” DE FARSA

Paulo Henrique Amorim

. O filme “Tropa de Elite” não é “fascista”, como disse Arnaldo Bloch, no Globo.
. É “f”, mas de Farsa, Fraude, Fantástico.
. A PM não é assim.
. O Bope não é assim.
. A favela não é assim.
. A PUC não é assim.
. O Rio não é assim.
. Nem o livro “Elite da Tropa” é assim.
. O filme é a cópia pirata do livro.
. O livro é a denúncia da corrupção da Polícia do Rio.
. Mas, não, apenas, de um comandante de batalhão da PM.
. O livro denuncia a corrupção do Secretário de Segurança – a cúpula mesmo da segurança do Estado -, que se articulava com a estrutura de poder do Rio.
. Por acaso, um chefe da Polícia Civil do Rio é, neste momento, suspeito de cometer os mesmos crimes do Secretário de Segurança de “Elite da Tropa”, depois de fisgado numa operação da Polícia Federal.
. (Isso, quando a Polícia Federal era, de fato, Republicana.)
. Mais cedo ou mais tarde, este chefe da Polícia Civil de verdade vai ter que se acertar com a lei.
. Em “Tropa de Elite”, a corrupção fica lá embaixo na hierarquia, não chega a ameaçar a reputação da elite da Polícia (ou da elite, de maneira geral).
. O filme trata de uma corrupção pé de chinelo.
. O argumento central do filme fica abaixo da linha da pobreza da criatividade: um oficial do Bope está para ser pai, entra em parafuso e procura um substituto … É isso.
. O resto é bala.
. Porém, a favela não é o que “Tropa de Elite” diz que é.
. A favela é um lugar onde moram pobres e famílias de classe média.
. Que trabalham nas nossas casas com dignidade e vontade de subir na vida.
. No Rio – diferente de São Paulo -, a gente vê a favela e o favelado cara a cara.
. A PUC não é de cheiradores de cocaína nem de maconheiros.
. (Cheiradores de cocaína e maconheiros há em outras comunidades ali perto da PUC, de que o filme não trata.)
. A PM tem corruptos, como tem a Associação Comercial do Rio (e de São Paulo).
. O Bope tem torturadores, como houve nas Forças Armadas do Brasil.
. E nas Polícias do país afora.
. E em Nova York também.
. A cena de “Tropa de Elite” em que se ameaça enfiar um cabo de vassoura no ânus de um suspeito negro aconteceu na vida real, numa delegacia sob o comando de Rudy Giuliani, nos tempos em que ele era o “Adolf” Giuliani…
. O Rio não é assim.
. Tanto não é que o Rio resolveu enfrentar o tráfico como tem que ser: o Estado reassume o controle físico da área controlada pelos traficantes, e, em seguida, chegam as obras sociais de reintegração da área ao conjunto da sociedade.
. Isso é o que acontece hoje no Rio.
. O filme é a exploração de um tema que Fernando Meirelles e a novela “Vidas Opostas” da Record já exploraram com mais qualidade.
. O filme se sustenta sobre duas farsas:
. Sobre o estereótipo do Rio.
. Ou seja, a tentativa de colar no Rio a imagem de uma cidade sem lei e sem alma.
. E, por isso – é a outra farsa -, só tem conserto com policiais sádicos, torturadores e facínoras, como os
“heróis” do BOPE.
. Nascimento, Matias e Neto são revestidos de heróis, mas, coitados, de tão angustiados, merecem a nossa comiseração, malgrado seus “defeitos” e “excessos”.
. O sucesso de “Tropa de Elite” se deve, também, ao fato de recorrer à solução autoritária que está ao alcance da elite de hoje: o contingente policial honesto, porém mau.
. Isso é o que está aí, na prateleira, à disposição dos que se vestem de branco, “pela paz”, e saem pela praia de Ipanema, cansados de violência.
. Não é o fascismo, que saiu da prateleira.
. “Tropa de Elite” corteja também certo sentimento pessimista, que se aloja na elite branca – o “não tem mais jeito”, “o Brasil acabou”, “o Brasil é isso que está aí”, “o Brasil perdeu a chance de ser decente”.
. Sentimento que, em última análise, só encontra saída na ausência de saída: no autoritarismo das “milícias” vestidas de Bope.
. Os “heróis” de “Tropa de Elite” são os mesmos militares torturadores que salvavam as nossas famílias e a nossa civilização da ameaça comunista.
. Agora, nos salvam dos narcotraficantes.
. Num e noutro caso eles são apenas isso: torturadores que um dia enfrentarão a lei e o repúdio de uma sociedade civilizada.
. Não são eles que vão nos salvar e a nossas famílias do tráfico.
. Eles merecem ir para a cadeia, com os marginais que perseguem.
. A saída serão políticas sérias, de homens públicos sérios, policiais sérios.
. O resto, como dizia Caetano Velloso antes de entrar para a Globo, é bom para “a lente do Fantástico”.

DEMOCRACIA É TUDO!

March 24, 2008

Precisa falar mais alguma coisa???

Ombudsman da Folha X José Serra

March 18, 2008

COMO A FOLHA BLINDA SERRA

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 1028

Em nenhuma democracia séria do mundo,

jornais conservadores, de baixa qualidade

técnica e até sensacionalistas, e uma única

rede de televisão têm a importância que têm

no Brasil. Eles se transformaram num partido

político – o PIG, Partido da Imprensa Golpista.

. O Conversa Afiada recebeu de um leitor uma antologia de textos dos ombudsmen da Folha que mostra como o jornal deliberadamente dispensa a José Serra um tratamento completamente diferente àquele dado ao Governo Federal.

. Serra é ex-editorialista e ex-colonista da Folha.

. “Desde 1983, sempre que não exerci funções no Executivo, fui colunista semanal na página dois da Folha”, conta o próprio José Serra em artigo para a Folha, reproduzido no site do Governo do Estado de São Paulo (clique aqui e clique aqui).

. O último período em que Serra ocupou a página A2 da Folha foi em 2004, até ser confirmado candidato a Prefeito de São Paulo.

. Leia abaixo a seleção de críticas internas dos ombudsmen da Folha sobre a cobertura do Governo Serra:

Derrota ocultada – Título deveria incorporar a constatação inescapável: Serra perdeu (clique aqui)

Cartões paulistas? – Leitores indagam se a Folha não publicará reportagem sobre o uso de cartões corporativos no governo de SP; Folha simplesmente ignora o Executivo paulista (clique aqui)

Cartões federais e estaduais – Por que o jornal passou semanas fiscalizando só um nível da administração, descuidando-se de outros dois (incluo o governo da capital)? (clique aqui – somente para assinantes da Folha)

Fogo no hospital – Não cabe à Folha subscrever versões ou suspeitas do governador (clique aqui)

Serra e publicidade – Cabia ao jornal registrar que José Serra é pretendente à vaga do PSDB à Presidência da República. Nada (clique aqui)

Folha, Serra, tendência e método – Lamento que o jornal não tenha procurado Serra para ele se pronunciar sobre a morte por tortura de um adolescente (…) preso por policiais militares (clique aqui – somente para assinantes da Folha)

Serra, o investidor – Fotografia do secretário Mauro Ricardo Machado Costa olhando para cima não poderia ser mais simpática ao entrevistado (clique aqui)

Serra sem gafe – Em discurso na posse do presidente da Fapesp, o governador José Serra trocou ontem a sigla da fundação e pronunciou “Sabesp”. Para a Folha (“Serra pede ênfase na pesquisa básica”, pág. A32), foi um “lapso”. Tudo bem, pode ser. Mas por que outros políticos, com enganos semelhantes, cometem “gafes”, nas descrições do jornal? (clique aqui)

Alma de release – Rodoanel – Não se dá voz a um só opositor da medida ou da gestão Serra (clique aqui)

Bem na foto – Mais uma vez, a Folha publica foto de divulgação em cobertura de evento com a presença do governador José Serra (“Manobra tucana ‘enterra’ CPIs em São Paulo”, pág. A7). Ou seja: o jornal só recebeu fotografias em que Serra aparece bem (clique aqui)

Serra e a CPI – Título deveria citar o governador Serra. Sua posição anti-CPI tem mais importância jornalística do que os esforços do PSDB para fazer em SP o que condena em Brasília (clique aqui)

Manual – Sem outro lado 3 – Texto na pág. A14: “Onda de invasões no Pontal demonstra ‘intransigência’ do MST, afirma Serra”. Por que a Folha não indagou ao MST o que pensa da afirmação do governador de São Paulo? (clique aqui)

Governador fotogênico – É difícil entender o que faz a fotografia do governador José Serra encimando o texto “PT decide por meio-termo entre lista fechada e aberta” (pág. A11) (clique aqui)

Falta bastidor sobre Serra – O jornal só lançou o olhar atento sobre os estudantes. Falta investigar o governo, revelar seus bastidores. Em suma, fazer reportagem (clique aqui – somente para assinantes da Folha)

Factóide – Serra, agora com o prefeito Kassab, ganha a primeira página da Folha usando máscara de oxigênio em evento dedicado ao combate à poluição. Não identifico relevância na imagem para ganhar tanto destaque (clique aqui)

As greves – Lide no pé – Está escondida quase no pé a informação mais importante da reportagem “‘Ninguém agüenta mais’ a invasão na USP, diz Serra” (pág. C10). Ontem, a assembléia de professores da USP aprovou o “indicativo” de fim de greve. Eis a notícia quente, não mais uma declaração do governador (clique aqui)

Greves, opinião e informação – Ao sustentar que não há novidades de peso nos decretos do governo Serra, o secretário se refere a “jornalistas que não se deram ao trabalho de conferir o que iam escrever”. O que a Folha tem a dizer aos seus leitores? (clique aqui)

“Previdência de Serra” – O leitor não foi informado sobre os argumentos a favor e contra o projeto aprovado (clique aqui)

Serra, o pauteiro – Rendeu amplo espaço nos jornais o gesto do governador José Serra de segurar e fazer mira com uma arma da Polícia Militar. Folha deveria repercutir o gesto do governador de brincar com arma de fogo (clique aqui)

Sem equilíbrio – A pág. C3 (14/05/2007) desequilibra a cobertura, com uma grande entrevista do secretário do Ensino Superior de SP, José Aristodemo Pinotti (clique aqui)

Na primeira, notícia de ontem – A primeira página destaca: “Serra propõe criar mínimo regional de R$ 410 em SP”. É notícia relevante para quem recebe e para quem paga. Há um problema, porém: a Folha adiantou ontem parte da novidade, justamente a referente aos R$ 410 (clique aqui)

“Painel” – As informações que estão em duas notas do “Painel” (A4) de hoje (5/2/2007) – “Não seja…” e “… por isso” – já haviam sido publicadas na carta do secretário José Aristodemo Pinotti no “Painel do Leitor” de sexta-feira, na entrevista feita com o governador José Serra e publicada na mesma edição em “Cotidiano” e, parcialmente, na edição de hoje, também em “Cotidiano” (“Governo prevê corte de até R$ 1 bilhão”, C8 da Edição SP) (clique aqui)

“Painel do Leitor” – A carta “Educação superior” (A2), do secretário José Aristodemo Pinotti, traz uma informação nova. Como ficou, o jornal publicou duas vezes as mesmas informações, sendo que em uma delas ocupou o espaço do leitor (clique aqui)

Desastre – O “Estado” me pareceu mais crítico em relação aos questionamentos dirigidos às autoridades estaduais. Segundo o jornal, “Assessoria tentou blindar Serra” na sexta-feira, no dia do acidente (da cratera do Metrô) (clique aqui)

Reciprocidade…

February 27, 2008

ELIO GASPARI

O Brasil precisa começar a deportar


Se os ingleses e espanhóis começarem a voltar para casa, seus governos respeitarão os brasileiros


PETER COLLECOTT , o embaixador de Sua Majestade britânica, precisa se acautelar. Duzentos anos depois de sua primeira visita ao Brasil, Lord Strangford está armando encrencas com Pindorama. Só pode ser dele a idéia de criar juntas de triagem para os nativos que desejam visitar o Reino Unido. Do jeito que as coisas estão, de cada cem brasileiros que compram passagem e descem no aeroporto de Londres, três são deportados. Em 2006 foram 4.985, conforme revelou o repórter Rafael Cariello.
Lord Strangford foi um craque. Arrancou de d. João 6º um tratado que, entre outras coisas, deu aos ingleses residentes na terra o privilégio de serem julgados por tribunais formados por compatriotas. Agora ele quer criar juntas inglesas para julgar brasileiros em aeroportos brasileiros. Deve ser mágoa das chicotadas que levou de um estribeiro de d. Carlota Joaquina.
Os acordos firmados pelos governos das duas nações dizem que os brasileiros não precisam de visto para entrar na Grã Bretanha, nem os ingleses para vir para cá. Como há milhares de nativos interessados em entrar na Inglaterra, ou em outros países da Europa, em busca de trabalho e sem a devida documentação, os governos se protegem. A polícia dos aeroportos faz a triagem no olho e pede provas de que o viajante não está mal intencionado. Essas exigências variam de país para país e vão da passagem de volta ao comprovante da reserva de hotel, passando por dinheiro no bolso e até demonstração do propósito da viagem. As sentenças dos guardas são quase sempre irrecorríveis e, às vezes, néscias.
É direito dos ingleses, espanhóis e europeus em geral recusar o ingresso de estrangeiros. Quanto a isso, nada há a fazer. Nada mesmo?
Talvez haja. Basta criar um sistema de reciprocidade. Quando um avião da British Airways descer em Guarulhos, pede-se aos passageiros que mostrem reserva de hotel, passagem de volta e uma quantia em dinheiro vivo. Não tem? Volta, mesmo que seja um físico a caminho da Argentina para uma palestra. Pode-se fazer o mesmo com o vôo seguinte, da Iberia. Por cortesia, os deportados ficariam sempre num patamar equivalente à metade dos brasileiros punidos.
Se esse remédio parecer radical, o Itamaraty pode informar aos embaixadores Collecott e Peidró Conde, da Espanha, que a reciprocidade só será aplicada em 2009.
Até lá, ingleses e espanhóis que não estiverem com a papelada em ordem serão convidados a assinar a seguinte declaração:
“Cheguei a este aeroporto sem os documentos necessários para atender as exigências que o governo do meu país impõe aos brasileiros. Em nome das boas relações entre os dois povos, solicito, pela presente, que seja dispensado desse procedimento.”
Assinou, fica. Não assinou, volta.
Lord Strangford ameaça restabelecer a necessidade do visto. Se esse for o único caminho, nada a fazer, pois é preferível ser obrigado a solicitar o carimbo dos ingleses (exigindo a mesma coisa deles) do que ser tratado como vagabundo, ou vagabunda, por polícia de aeroporto.
Em tempo: por mais que os europeus azucrinem os brasileiros, nada os aproxima da inépcia dos serviços consulares americanos. Eles exigem que os nativos peçam visto e avisam que a demora para marcar uma entrevista está em 109 dias no Rio de Janeiro. A espera em Pequim é de 15 dias, e em Buenos Aires, de dois.